VIZUALIZAÇÕES

domingo, 13 de abril de 2014

Uma carta de Jesus para você


      “Desde sempre amei você, desde sempre quis você! Antes mesmo de que o mundo fosse criado, queria que eu e você fôssemos um...
      Certa vez meu Pai pediu para me encarnar e sentir na pele o que você e seus irmãos sentem também. Misericórdia é sentir a miséria do outro no próprio coração. Eu respondi: ‘Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade!’ (Hebreus 10, 7) 
      Assumi um corpo físico, me submeti a tudo o que um homem é resignado, exceto ao pecado. Precisei aprender a andar, minha mãe ensinou-me; precisei aprender a falar, minha mãe ensinou-me também.
      Em momento algum, me prevaleci de minha
condição divina (Filipenses 2, 6), embora tivesse poder para exercê-la. Os milagres que fiz aconteceram para ser exemplos de ações de homens e mulheres em comunhão comigo. (João 14, 12)
Brinquei, sorri, tive amigos, fui em festas, funerais, me comovi, chorei, fiquei bravo algumas vezes.
      Em tudo, “dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.” (João 13, 15)
      Chegou o momento de minha partida... Minha morte seria terrível... Roguei ao Pai que afastasse de mim aquele suplício, mas que, contudo, fizesse a Sua vontade (Lucas 22, 42). A vontade dEle não era me ver trucidado, sentindo-se satisfeito com isso. A vontade dEle, que assumi como minha, era expor a ferida de nossos corações; era tornar-me, eu mesmo, uma chaga viva, para que você e seus irmãos creiam no nosso amor!
      Morri para que, unido ao meu sacrifício, você
ressuscite no último dia. Só após o último dia, quando encerrar-se o tempo presente marcado pelo pecado, é que você terá paz completa e felicidade plena.
     Não morri em teu lugar como cantam algumas músicas ou rezam algumas orações. O teu lugar é só teu.
      Morri ao teu lado. Cabe a ti escolher ser o bom ou o mau ladrão. Só existem duas opções. Minha paixão e morte na cruz, minha páscoa (minha passagem), foi a exteriorização dos meus 33 anos vividos aqui na Terra:
      Sofri calúnias, perseguições, fui traído por meus parentes: chamaram-me de louco (Marcos 3, 21); fui traído por meus sacerdotes: chamaram-me de Belzebu, o príncipe dos demônios (Lucas 11, 15); fui traído por um dos meus apóstolos: ‘aquele que comeu o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar.’ (João 13, 18)
      Fui flagelado pela língua dos escribas e fariseus, por amar os publicanos e pecadores (Mateus 9, 11); fui flagelado pelos carrascos de Pôncio Pilatos, por não voltar atrás em minha palavra, quando este me perguntou: ‘És, portanto, rei?’ E eu respondi: ‘Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e
vim ao mundo.’ (João 18, 37)
      Na cruz, eu não tinha uma posição que não doesse; na vida, não tinha onde reclinar a cabeça (Mateus 8, 20).
      Fui tentado no deserto e no calvário: ‘Se és o filho de Deus, transforma estas pedras em pães.’ (Lucas 4, 3). ‘Se és o filho de Deus, desce da cruz, para que vejamos e creiamos.’ (Marcos 15, 32).
     Minha vida foi cruz (João 12, 26). Meu nascimento, foi num estábulo (Lucas 2, 7). Minha fama: impostor (João 9, 24).
    Morri para que em tua morte diária, involuntária, você não blasfeme como o mau ladrão (Lucas 23, 39), mas repreenda quem blasfema e peça de coração: ‘Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino!’ (Lucas
23, 42). A resposta será sempre a mesma: ‘Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso!’ (Lucas 23, 43).
      Instituí a Eucaristia para que o meu único sacrifício se dilatasse no tempo: cada vez que você me comunga na missa, eu me uno a você e você se une a mim, eu e você somos um! Através da comunhão comigo, você se torna a minha presença atualizada na história!”

Seu Salvador, Jesus Cristo.

(Texto escrito por Gustavo Monteiro Gonçalves).

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