Os vendilhões do templo

"Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo. E ensinava-lhes nestes termos: "Não está porventura escrito: A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões." (Marcos 11, 15-17)

     Gostaria de compartilhar a minha visão a cerca desta passagem. Porque o Jesus que disse: "Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração." (Mateus 11, 29a) agora perde a paciência?

     Vamos entrar no contexto dos fatos: Na época do ocorrido, os trocadores de moedas, os vendedores de animais, etc. eram necessários para a logística do templo. Inicialmente eles ficavam do lado de fora, onde realmente deveriam estar. Mas, com o decorrer do tempo, as autoridades da época foram permitindo que os comerciantes expandissem os seus negócios e se alojassem na área mais externa do templo denominada pátio dos gentios. O templo era divido em classes: havia o local onde só o sumo-sacerdote podia entrar, havia o local do sacrifício onde ficavam os sacerdotes, o pátio dos homens, o pátios das mulheres, e por último o pátio dos gentios (a palavra gentio significa pagão). Não era certo que no local destinado à oração das pessoas que não eram judias houvesse barulho e cheiro de fezes de animais. 

     Jesus veio ao mundo para resgatar a todos. O que de fato despertou a ira de Deus foi o desprezo que os judeus estavam fazendo com os povos de outra origem.

     Deus um dia também irá "descer o chicote" nos vendilhões do templo quando ele voltar. Os vendilhões do templo de hoje, são as pessoas que, por se considerarem salvas, deixam a parte mais externa de sua vida de qualquer jeito, não zelam pelo testemunho que precisam dar para que as pessoas de fora conheçam Jesus. A nossa vida cotiana é este pátio onde circulam os descrentes, as pessoas de outras religiões, e etc.

     Não podemos viver como se só fossemos cristãos na Igreja. Deus não tolera a falsidade. O nosso coração precisa ser puro e limpo para que no dia a dia as pessoas sintam o perfume de cristo através de nós.

     Ser cristão não é só um privilégio, é uma responsabilidade.